→ Arte
contemporânea - o que é?
É
a arte produzida desde a segunda metade do século XX. É uma
variedade de experiências na produção de arte, incluindo novas
mídias e tecnologias, inserindo questões sociais, políticas,
culturais e a subjetivas (étnica, gênero etc), e aliando diferentes
linguagens (dança, música, pintura, literatura etc). As novas
forma do fazer artístico são tentativas de dirigir a arte para a
realidade: a natureza, a tecnologia, a urbanidade. Além de
posicionar-se criticamente quanto ao mercado de arte.
Com isso surgem novas denominações, como instalação, body art, intervenção, performance etc, que se juntam àquelas já conhecidas (pintura, escultura, dança, desenho etc). Veja dois exemplos de arte contemporânea produzida por duas artistas brasileiras:
Modificação corporal de
Priscilla Davanzo.
Instalação de Fernanda
Magalhães
Para entender melhor o que é a arte contemporânea assista o vídeo O que é arte contemporânea? do Itaú Cultural aqui neste link.
→ Arte
indígena
A
palavra “indígena” pode nos levar a imaginar que existe um único
povo indígena, mas na verdade há diferentes grupos, cada qual com
sua própria cultura (idioma, crenças, organização política etc)
em diversas partes do Brasil.
Aquilo
que chamamos “arte indígena” é constituído por elementos da
cultura material de diversos povos indígenas. São ornamentos
corporais, utensílios domésticos, objetos de utilização xamanica,
instrumentos musicais ou de trabalho etc. Nossa noção de arte e de
estética não existe para esses povos, eles têm as suas próprias
ideias sobre aquilo que produzem. Isso não significa que essa
produção não tenha importância social para esses povos, eles
apenas não criam objetos para serem usados e objetos para serem
contemplados como nós fazemos.
Na
maioria das culturas indígenas (como os kaxinawa) não existe a
figura do “artista”, as pessoas realizam trabalhos determinados
pelo sexo (há trabalhos de homens e trabalhos de mulheres), todos
podem confeccionar os artefatos de acordo com essa divisão. Aqueles
que têm mais habilidade são tidos como “mestres” que lideram o
trabalho (LAGROU, 2010, p. 4). Mas existem outras formas de definir
quem realiza o trabalho de produção dos artefatos entre outros
grupos indígenas.
Muitas
desses peças estão em museus porque na nossa cultura elas são
entendidas como exemplares de arte daqueles povos. Essas peças
apresentam apuramento estético e complexidade de construção,
várias delas são delicadas e empregam materiais orgânicos, como a
fibras e as penas. Veja algumas delas:
Essas
flores delicadas são brincos ianomâmi.
Você
sabe de que material eles são feitos?
Esse
é um cocar bororó.
Essa
peça mais conhecida é um ornamento que evidencia diferenças
sociais.
A
quem você acha que pertenceu esse cocar?
Acima
um tapa sexo ianomami. Observe os desenhos que ornam a peça.
Você
acha que criar estampas para roupas também é arte?
Vaso
de cerâmica marajoara.
Que
outros povos pintavam seus vasos de cerâmica?
Que
conhecimentos foram necessários para produzir esse vaso?
Na
sua opinião a produção e uso dessas peças é algo importante nas
comunidades onde foram criados?
O que faz você pensar assim?
→Arte
contemporânea indígena
Diversos
artistas indígenas têm produzido obras de arte próximas do que
chamamos arte contemporânea, com trabalhos que seguem padrões e
estilos e resultam de processos de conhecimentos e reflexão sobre a
produção e o tema. Inserindo-se no universo artístico
contemporâneo brasileiro e na sociedade nacional brasileira, onde a
imagem tem enorme valor, os artistas indígenas se apropriam da
narrativa imagética e criam obras de artes visuais.
Trabalho
do coletivo MAHKU
“As
artes visuais que alguns indígenas estão fazendo, expondo e
vendendo, entram em nosso mercado, na cidade grande, como objetos e
signos de outras realidades. O que difere suas peças dos objetos e
signos tradicionais, frutos da cultura oral, são a tensão e a
perturbação, algo que um indivíduo é capaz de expressar quando vê
o mundo de longe. Talvez seja a posição do pensador, ou, como diz o
poema de Carlos Drummond, a vida no seu stop. Então o artista abre
diante de nós sua pintura e diz: “ ¡Mira! Esta é minha visão, é
como eu sonhei, como vislumbrei. Seu olho vai captar o que minha
mente registrou numa superfície. Leve para sua casa esse quadro, e
terá uma visão de como é a vida lá onde você não está”.” Trecho do
Catálogo da exposição !Mira!
→ Contexto
do índio na atualidade
Estima-se
a existência de 200 povos indígenas no país, alguns que vivem sem
contato com a sociedade nacional. Para fins de estudo esses povos
foram divididos em áreas etnográficas, que consideram determinados
costumes comuns e específicos à maioria dos grupos indígenas de
cada região, como idioma, meio ambiente e as relações entre essas
sociedades (MÜLLER).
São cerca de 860 mil pessoas, mas os povos tê tamanhos diferentes: enquanto os guaraní e os yanomami chegam a dezenas de milhares, os akuntsu e os kanoê são apenas algumas dezenas de
pessoas. Alguns vivem na floresta tropical, outras na savana, no cerrado, e outros no semi-árido.
Muitos índios foram e estão perdendo suas terras e sendo mortos (por fome, doenças estranhas a eles ou assassinados). A perda das terras é um dos graves problemas enfrentados pelos indígenas atualmente, pois a terra é fundamental para o modo de vida de todos os povos indígenas: eles dependem dela para plantar, caçar e pescar, para produzir seus utensílios e realizar seus rituais.
Menino yanomami.
Protesto contra hidrelétricas.
Mobilização pela demarcação de terras indígenas.
→Referências:
LAGROU,
Els. Arte ou artefato? Agência e significado nas artes indígenas.
Revista Proa, n°02, vol.01, 2010. Disponível em:
http://www.ifch.unicamp.br/proa.
Acesso: 03/02/2014